quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Volta ao Mundo em Menos de Nada II - Portugal

Portugal, rectângulo à beira mar plantado, fundado em 1143, com um história dominada por Reis, pelos Descobrimentos (Mitificados por António Ferro, mas enfim) e com um clima de fazer inveja a qualquer um.

Lisboa - Capital do Império (que nunca existiu?), fundada por Fenícios em 1200 anos A. C., com o nome - dizem - de Al-Ubbo, era à época da Roma uma povoação pequena, de nome Olissipo, que ficava no extremo do Império Romano, que nunca foi conhecido pelas suas aptidões de navegação. Com a queda do império a cidade mudou de mão diversas vezes até à invasão árabe tomando o nome de Al-Ushbuna. Passou a integrar Portugal após a conquista por D. Afonso Henriques em 1147 e torna-se capital no Reino de Afonso III em 1292.

Almada - A outra banda. Cidade construída no "deserto", e com vestígios de ocupação desde os Fenícios. Foi conquistada pelo Afonso antes de Lisboa em 1147. Nos anos 60, com a construção da Ponte 25 de Abril conhece um crescimento desordenado que nunca mais terminou.

Aveiro - Para alguns a capital tecnológica, para outros uma terra de bons restaurantes. Inicialmente mencionada como propriedade de Mumadona Dias e deixada em em testamento à Igreja. PAssa a vila no Século XIII.

Coimbra - A cidade da primeira Universidade (que na realidade foi fundada em Lisboa onde permaneceu 18 anos) do fado e da saudade. Corresponde à cidade romana de Aeminium. Palco das revoltas estudantis em finais dos anos sessenta, levadas a cabo pela geração que governou o país no pós 25 de Abril.

Queluz - A cidade do Palácio Nacional, e mais um exemplo do crescimento desordenado e caótico à volta de Lisboa.

Gondomar - A cidade do Major Valentão. Fundada em 1197. O seu nome, dizem, terá origem em Gundemar, rei Visigodo que por aqui passou em 610.

Portimão - Cidade Turística algarvia, recebeu foral em 1453. Sustenta hoje (2004) 2 milhões de dormidas dos quais, vá lá, 24% são portugueses.

Rio Maior - Cidade do distrito de Santarém, mencionada desde 1177 e mais conhecida,
infelizmente, pelas suas mocas. A presença humana data do Neolítico (mas isso é comum) e foi, posteriormente, habitada por romanos e árabes e disputada por ordens religiosas durante o período da fundação do país.

domingo, 21 de outubro de 2007

Volta ao Mundo em Menos de Nada

Uma coisa engraçada dos blogs é que de facto podem funcionar como pontos de passagem para turistas desprevenidos provenientes dos mais variados ponto do globo.

Ao activar uma aplicação de análise estatística (Google Analytics) para o leituraseouviduras.blogspot.com, longe estava eu de imaginar a quantidade de origens diferentes que apareceram. Desde os óbvios (ou mais ou menos) Portugal, Brasil e, enfim, Espanha até aos antípodas (Japão e Filipinas!). Há de tudo. Uma curiosidade a seguir a Portugal, o maior número de visitantes é dos EUA.

Decidi por isso dedicar alguns posts aos Países e, resumidamente, às Cidades das quais originaram as visitas ao meu muito humilde blog.

O dados para esses posts são de 21 de Outubro de 2007

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Que força é essa

Os Green Day são uma banda punk pop. Isto é, punk limpinho que vende discos e nunca me interessou muito até ver este clip na VH1, hoje de manhã, dedicado à crise em Darfur:



Já me tinha de alguma forma surpreendido no clip com os U2 mas este clip só lhes vem aumentar a credibilidade. Focado na opressão dos que estão esquecidos algures numa planície desertica do Sudão, dá um novo significado ao original de Lennon.

O original foca-se pressão exercida sobre cada um de nós para o sucesso, para a carreira, para a ascensão, para a nossa modelação face ao ambiente social que nos rodeia, para a nossa própria alienação e adormecimento das nossas convicções para alinhamento com a corrente vigente.



Claro que, o facto de estar neste momento a escrever isto significa que existe sempre um escape ou isto também fará parte?

terça-feira, 17 de abril de 2007

Nova Ordem Mundial



A musiquinha não é lá aquelas coisas. O vídeo pode até ser um pouco exagerado. Mas é sintomático.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Ota Again

Não pondo a questão de parte (a dos prédios) e não conhecendo eu mais nenhum aeroporto no centro da cidade (Acho que em Amsterdão e Valencia têm um) temos vários princípios a reter:



  • Com o mal deles podemos nós bem. Isto é, se acham que ter um aeroporto no meio da cidade é bom e faz bem à saúde estão à vontade. Nada como lutar por ter piores pulmões e menos audição. É só vantagens: não temos que ouvir ministros ou chefes nem programas e debates televisivos da treta com doutas burras e burros doutos. E com piores pulmões pode ser que se crie em Portugal uma unidade último grito de pesquisa do cancro do pulmão para aproveitar os milhões deixados pelo Champô Limão.
  • Lisboa deve ser das cidades com mais caga (ou sorte, se quiserem). E ainda por cima os aviões que caiem na cidade só transportam ministros e, ainda por cima, fazem o favor de cair em zonas degradadas. Aliás, está a decorrer um estudo para promover a queda doutro, mas de maior porte, na Cova da Moura mas ainda não foi decidido quais nem quantos os ministros a transportar. Espera-se uma decisão nos próximos 30 anos. Estão também a estudar a envergadura do avião a utilizar.
  • Não percebendo nada de aviação pergunto: quantas rotas de entrada/saída nesses aeroportos passam sobre o centro da cidade? Um pequeno erro e passamos a ter um apeadeiro em Entrecampos ou na Av. De Roma qu’é mais fino. É bonito de ver mas é preciso sorte para não nos levarem a antena do prédio.
  • Não conhecendo as cidades, não me parece que nenhuma delas tenha colinas com a altura das de Lisboa nem que em nenhuma delas tenha sido edificado um “pequeno” edifício tipo Amoreiras. Mas pelo menos funciona como o farol de Alexandria: vê-se ao longe e é um alvo perfeito para tirocínio de aprendizes de suicida. Dizem que o Osama já foi visto no hotel D. Pedro (Sim, aquele onde ficou o Clinton) e a almoçar com o Sócrates (Foi logo a seguir ao Gaitas e aos tipos do MIT). Acho que vão constituir umas empresas de formação com subsídios da CEE e tudo. Depois passam uns certificados.
  • O facto de não gastar no aeroporto não significa que o dinheiro vá ser gasto na ferrovia ou noutra coisa qualquer que desenvolva o interior. Aí só nos salvará a existência de um parque selvagem com o regresso dos lobos, ursos, águias e demais fauna à muito (idade média, talvez) extinta. Ou então o degelo da Gronelândia (mais provável do que poderá parecer) que porá fim à questão com a subida de 6 metros do nível das águas do mar. Dessa forma livramo-nos logo de grande parte da cidade de Lisboa, Cascais, Parede, Oeiras, do Barreiro, grande parte de Almada (Caparica incluída. Julgavam que se safavam não !?), Alcochete, Seixal, Vila Franca e, ironia do destino, talvez afogue a OTA (Qual será a cota daquilo? Fica acima dos 10m?). Aí temos mesmo que ir para o interior e o último afoga-se. Com um bocado de sorte lembramo-nos de levar cobertores e talvez consigamos resistir a uma nova idade do gelo. Por vezes a luta pelo desenvolvimento do interior parece-se muito com a defesa do comércio tradicional. Fala-se muito mas são poucos os que lá vão. Contra mim falo.
  • Voltando aos prédios, com o avançar dos tempos e o aumento da população previsto para o futuro (uma questão de álgebra apenas: quantos anos passarão até sermos menos que 1 milhão à taxa de crescimento actual? Já teremos decisão sobre o aeroporto?) muito cedo os construtores entrarão em falência (aliás a maior parte deles já está nessa situação as we speak) e o mercado funcionará. Só restarão os empregados dos hotéis. E aí a questão da Ota desaparece naturalmente.
  • A solução é a Ota? É Rio Frio ou o Poceirão (ai o vinho! Uma desgraça nunca vem só!)? Neste país de montes e vales não me parece viável um aeroporto a norte do Tejo (Só se for lá para Santarém mas aí também é só água). No Sul é só comunas e gajos esquisitos que só querem estar à sobra de chaparros. E pior ainda, não se conhece ninguém que tenha por lá uns terrenos e pertença ao partido do poder. Xavier de Lima, tu é que a sabes toda…
  • O futuro nunca é brilhante e não comporta incompetências de decisões com 30 anos de atraso. Muito muda nesse tempo. Nasceu e morreu muita gente. Revoluções e guerras de todo o tipo e feitio. Caiu o muro de Berlim, alguém afirmou (Fukyama) que era o fim da história. Inventaram-se e desenvolveram-se milhares de produtos e serviços. Passou a falar-se de ecologia, globalização, aquecimento global. As gajas passaram a sair à noite, a andar mais bem vestidas e, algumas, armadas em parvas (falei agora com a minha ex-). Legalizou-se o divórcio, permite-se o aborto e que as mulheres vão à tropa. A aceleração temporal não permite que um conjunto de maduros (mas inginheiros) discuta interminavelmente a localização duma porcaria de um aeroporto (por muito dinheiro e impacto que involva). Porque o que hoje pode parecer uma boa solução deixa de o ser muito rapidamente (tipo expansão do metro: querem chegar a Stª Apolónia mas já lá não sai ninguém. A seguir é o aeroporto. Anedota total e total falta de planeamento). Neste país de inginheiros e dótôres ainda não se percebeu que quando não se actua a tempo, é obrigatório (enfim, pelo menos pertinente) proceder a alterações dos planos e que as decisões não põem ficar à espera eternamente. Depois o que temos? Soluções tipo acesso à ponte 25 Abril no Centro Sul? Desperdício de talento e de dinheiro que resultam em soluções de merda que quando implementadas já estão fora de prazo e rançosas.

Viva o Hélio Pestana

Sempre achei que como anedota um programa para eleger o "Maior Português" era uma parvoíce. Mas depois falei com a Dona Natercia que vai muito ao cabeleireiro e me mantém informado acerca das novas deste país, e ela disse-me que não, que não era assim e eu pensei que ia aparecer um gajo com 2,36m de altura (maior que o chinês Hein? Ali! Assim é que é! Toma!!) mas não. Afinal era mesmo a parvoíce e armada ao pingarelho com uma data de dótôres, inginheiros e arquitectes para dar class e toma lá morangos.

O H. P. foi inexplicavelmente deixado para trás para virem a eleger esse portento de intelectualidade (o Tony também conhecido como "o botas") que nos deixou de herança a falta de visão, o corporativismo, o servilismo, a tacanhez, um porradão de defuntos (Sim meus amigos a guerra existiu e na guerra morrem pessoas) e, enfim, a orfandade.


E, embora defendendo que com o mal dos outros passamos bem, parece que a loucura é colectiva. Olhem só a quantidade de países que já divulgaram uma treta do mesmo género:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Grandes_Portugueses#Liga.C3.A7.C3.B5es_externas

terça-feira, 20 de março de 2007

Adeus ó Praia de S. João

O que está a acontecer hoje na Caparica reflecte a acumulação de erros ambientais levados a cabo ao longo de décadas.

Os nossos pais (os viviam por aqui à 50 – 60 anos) têm ainda viva a memória do facto se poder ir até ao farol do Bugio a pé. Esse banco de areia, existente desde sempre (ver cartografia antiga) e permitia por via das correntes acumular areia que era depois redistribuída (também devido às correntes existentes) por todas as praias da Costa da Caparica até ao Cabo Espichel.

Com a construção do porto de Lisboa e Lisnave e a necessidade de permitir a passagem de embarcações de elevado porte foi retirada directa e indirectamente (através da dragagem do rio) toda essa areia (o chamado Bico da Areia) o que teve implicações logo na alteração da Cova do Vapor e na necessidade de transladação de um conjunto de habitações de pescadores daí para a Costa da Caparica (Essas casas acabaram por ser demolidas quando o Macário Correia foi Secretário de Estado do Ambiente).

As consequências também se fizeram sentir na Costa da Caparica ainda na década de 70 com a invasão da Costa pelo mar e que teve como consequência a construção da actual muralha e dos quebra-mar (Desta eu tenho memória). Com estes pontões quebra-mar voltaram a cometer-se erros:

  • Dizem os entendidos que o seu número é exagerado e impede a acumulação de areias.
  • A praia do Norte (na Cova do Vapor) tem vindo ao longo dos anos a acumular areia enquanto a praia do lado (praia de S.João e parques e de campismo) acabou de desaparecer. Curioso não?
  • As praias (?) da Costa já nem na maré vazia têm areia.
  • Actualmente na maré-cheia (praia-mar para os preciosistas), se estivermos sobre a muralha verifica-se (a olho nu, nem é preciso fita métrica nem ser professor catedrático, génio da lâmpada, primeiro ministro ou dirigente da oposição para ver) que grande parte da Costa da Caparica está abaixo do nível do mar.
  • Safa-se a costa a partir daí porque, curiosamente, não existem pontões e existe alguma reposição de areia durante a Primavera e Verão. Mas que deverá ser insuficiente para manter as praias no futuro. Com a pressão existente (planos Polis e quejandos) é provável que consigamos fazer com que a praia desapareça de vez e se arrume definitivamente o problema! (Querem praias e férias seus calinas? Ainda por cima ao pé de casa? Vão para Espanha seus malandros!).

O que se vive hoje na Caparica apenas reflecte a veleidade com que ao longo da História se tratam as alterações nas orlas costeiras e no nosso país não são, infelizmente, caso único. O mais grave é que neste momento já não podemos alegar ignorância. E continuamos a dar mais importância ao impacto económico (o dinheirinho, o lucro fácil, a riqueza) do que ao impacto ambiental (custa ao estado o que significa que ainda por cima é a repartir por todos).

Até porque, na zona em questão, adquirida por uma construtora há já alguns anos, tem vindo a decorrer uma acção de desflorestação (basta ir lá e ver) e criação de condições para empilhar tijolos agarrados com cimento e ferro, janelas, portas, casas de banho, circuito de vídeo porteiro, musica em todas as divisões, ar condicionado ou aquecimento central, jardins (ou talvez não), garagens, estradas, enfim, o costume. Podes crer que ainda vêm pedir uma indemnização ao estado…

Quanto à desmatação da costa para criação de parques de estacionamento e florestas de betão, só um alerta: são as acácias, os pinheiros, enfim, é a vegetação que permite segurar as areias e a criação de condições para que as praias se mantenham como, ainda, estão (O D. Diniz, o tal do pinhal, era um sábio).